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ETANOL: A SALVAÇÃO DA “LAVOURA’’

Luiz Roberto Dalpiaz Rech – Presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do RS – SINTARGS

 

Embora seja um Estado essencialmente vocacionado à produção agrícola, o RS produz apenas 0,17% do consumo interno de etanol (anidro e hidratado), ou seja, quase nada. Para atender à demanda interna, que é de 1,3 bilhões de litros/ano o RS busca o produto em outros estados, entre eles, Alagoas, distante 3,6 mil km.

Relativo somente à despesa com ICMS, na importação desse etanol, o RS perde, anualmente, R$ 600 milhões.

Um conjunto de indicadores mostram que temos condições suficientes para suprir a demanda interna de etanol e, ainda, ir muito além disso. A VINEMA Biorefinarias do Sul, empresa gaúcha, anda batendo de porta em porta com um projeto que eu denomino de “Etanol Salvador”. A empresa se propõe a construir 6 plantas industriais de biorrefinarias estrategicamente distribuídas na metade Sul, para a produção de etanol, a partir de fontes amiláceas. A ideia é utilizar como matérias-primas culturas de ciclo curto como o arroz gigante,  o sorgo, o triticale e a  batata-doce.  Em relação à batata-doce, o RS já é o maior produtor nacional desta cultura. As variedades desenvolvidas pela EMBRAPA atingem, aproximadamente, 80 ton/ha, rendendo de 10 a 12 mil litros de etanol/há. É, sem dúvidas, uma excelente alternativa aos pequenos agricultores, que poderão agregar renda à sua produção. Para produzir o necessário, a ponto de tornar o RS auto-suficiente nesse produto, necessitamos de uma área agricultável de apenas 500 mil há, lembrando que, somente no inverno gaúcho, há ociosidade de cerca de 3 milhões de ha.

O Etanol pode ser a salvação financeira desta imensa “lavoura” que é o Rio Grande do Sul. Considerando apenas a produção para nosso consumo interno, incrementaremos cerca de R$ 800 000.00, entre ICMS e demais interfaces. O ganho do RS poderá chegar a R$ 1,4 bilhões, se considerarmos os R$ 600 milhões/ano que deixamos de importar. Na questão econômico-social, também temos muito a ganhar, pois 130 mil famílias rurais poderão ser beneficiadas, gerando 720 empregos diretos, 3.600 indiretos e 12 mil empregos temporários. Que venha o etanol gaúcho.